Ayres Britto diz que afirmação de ministro da Justiça sobre prisão é 'triste'

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Ayres Britto diz que afirmação de ministro da Justiça sobre prisão é 'triste'

Cardozo disse que "preferia morrer" a ficar preso no Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto classificou nesta quarta-feira (14) de "triste" a declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que "preferia morrer" a ficar preso no sistema penitenciário brasileiro. Segundo Britto, no entanto, é preciso compreender que a fala representa o sentimento de um "humanista" que trabalha para melhorar o cenário carcerário do país. "Por um lado [a declaração], é triste, mas, por outro, mostra a sensibilidade dele que é um humanista, um cultor do direito que vem se empenhando muito pela humanização dos estabelecimentos penitenciários", disse. A afirmação de Cardozo foi feita nesta terça (13) durante um almoço com 300 empresários na zona sul de São Paulo. O ministro também classificou como "medievais" as condições das prisões brasileiras. "Quem cometeu crime pequeno sai de lá criminoso maior", completou. "Do fundo do meu coração, se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferia morrer", disse o chefe da pasta. Cardozo afirmou também ser contra a prisão perpétua e pena de morte. "Não é porque eu não tenho um sistema correto que vou penalizar situações definitivas; pena não é castigo, é a oportunidade para ser reinserido", disse o ministro durante o encontro organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em um hotel no Brooklin, na capital paulista.

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